PROCIDADE
Não há défice democrático na Madeira. Assim como não havia no Chile de Pinochet Ugarte a partir de Setembro de 1973 ou na Argentina da ditadura militar de 1976. Só há défice democrático onde, pior ou melhor, há democracia.
Depois destas imagens em que jovens polícias musculados amarram e neutralizam um deputado eleito, na Madeira há um regime de força, um cacicado, aparentemente, aceite ou tolerado. Mas não há democracia. E, estranhamente, ninguém parece muito incomodado com isso, seja lá, seja cá.
Dizia D. Jorge Torgal Ferreira há meses, a propósito da calamitosa situação de miséria económica, do fosso gritante entre ricos e pobres e da indiferença e falta de respeito de políticos e poderosos pelo Povo, tanto no âmbito politico como económico e social, "já cheira a queda de regime".
O que acabamos de ver é um regime regressado. Imagens destas foram possíveis até Abril de 74, mas com uma substancial diferença: meros (e excessivamente jovens) agentes não agiam sozinhos, esperavam ordens de uma patente elevada. Nestes, manda aparentemente outro deputado, eleito no mesmo sufrágio, mas que parece ter mais poder ao ordenar "retirem este senhor da sala, ele não tem o direito...", sendo caso para perguntar porque escolheram os jovens mancebos obedecer a um e não a outro deputado?...
...a menos que aquela não seja a Polícia de Segurança Pública que jurou obediência à Democracia e ao Povo Português, mas apenas uma guarda-pessoal do círculo de poder de AJJ...
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