"quem distingue ou separa as 'éticas' numa 'ética para a vida', uma ´'ética para os negócios', uma 'ética para a profissão', acaba, irremediavelmente, por nem ter nem praticar ética nenhuma". Zef,VR
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Hilaire Belloc, “Sobre a usura”:
Que circunstâncias são essas? Que condições distinguem a exigência de juros moralmente legítima da ilegítima?
A distinção se dá entre a cobrança moral de parte dos frutos de um empréstimo produtivo e a exigência imoral de juros sobre um empréstimo improdutivo ou juros superiores ao incremento anual em riquezas efetivas geradas por um empréstimo produtivo. Tal exigência “esgota” – “consome” – “exaure” as riquezas do devedor, sendo por isso denominada “Usura”. Uma derivação imprecisa em termos filológicos, mas correta sob o ponto de vista moral, conecta o termo latino “usura” à ideia de destruir, “exaurir”, e não à idéia original do termo “usus,” “uso”.
A Usura, portanto, é a cobrança de juros sobre um empréstimo improdutivo ou de juros superiores ao incremento real gerado por um empréstimo produtivo. É a exigência de algo ao qual o credor não tem direito, como se eu dissesse: “Pague-me dez sacas de trigo ao ano pelo aluguel destes campos”, após os campos terem sido tragados pelo mar ou terem passado a produzir anualmente muito menos do que as dez sacas de trigo.(...)"
ver mais:
- "Pecado de usura"
- "Sobre e contra a Usura"
- A Usura e o "Justo Preço"
- CANTO XLV - With Usura
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www.galeon.com/projetochronos:
"O Concílio de Viena de 1331 autorizou os tribunais da Inquisição a perseguir os cristãos que praticassem a usura. Note-se que a determinação não menciona se são cristãos novos ou velhos, abrangendo a todos que professem, forçosamente ou não, a fé católica. Com isso a igreja conseguiu livre arbítrio para setenciar á morte um usurário e ainda ficar com seus bens em troca da salvação de sua alma. (...)

O que se percebe é que havia uma preocupação, por parte da igreja católica, em colocar os negócios do povo hebreu em uma escala inferior em detrimento da ação dos usurários cristãos. No entanto, por mais que a igreja e a política vigente se esforçasse para conter a ação judaica, nada a impedia, tanto que, na França, no século XIII, Felipe, o Belo, expulsa os judeus de seu território, deixando, lamentações, por parte de quem se viu obrigado a negociar com os usurários cristãos. Tal tristeza é expressa em um poema, que se lamenta dizendo:
Toda gente pobre se queixa
Pois os judeus foram muito mais bondosos
Ao fazer seus negócios
Do que o são agora os cristãos
Pedem garantias e vínculos
Pedem penhores e tudo estorquem
A todos despojando e esfolando…
Mas se os judeus
Permanecessem no reino da França,
Os cristãos teriam tido
Muito grande ajuda, que agora
Não tem mais. (século XIII)"
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Pois os judeus foram muito mais bondosos
Ao fazer seus negócios
Do que o são agora os cristãos
Pedem garantias e vínculos
Pedem penhores e tudo estorquem
A todos despojando e esfolando…
Mas se os judeus
Permanecessem no reino da França,
Os cristãos teriam tido
Muito grande ajuda, que agora
Não tem mais. (século XIII)"

"Com usura
nenhum homem tem casa de boa pedrablocos lisos e certosque o desenho possa cobrir;
com usura
nenhum homem tem um paraíso
pintado na parede de sua igreja
com usura
(...)
nenhum quadro é feito para durar e viver conosco,
mas para vender, vender depressa;
com usura, pecado contra a natureza,
teu pão é mais e mais feito de panos podres
teu pão é um papel seco,
sem trigo do monte, sem farinha pura (...)"
EZRA POUND
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