O Flautista e o principio de Peter
24 ABR 2020
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/24-abr-2020/hospitais-apostam-em-videochamadas-para-responder-ao-covid-e-a-consultas-em-atraso-12108751.html?utm_source=push&utm_medium=mas&utm_term=12108751Nº55156
Hospitais apostam em videochamadas para responder ao covid e a consultas em atraso
Começou em Ovar, durante o cerco sanitário, mas o objetivo é estender-se ao resto do país, diz o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, em entrevista ao DN. Os médicos estão a começar a acompanhar os doentes com covid-19 através de uma videochamada. Este método permite também responder a parte das consultas adiadas em tempo de pandemia.

As videochamadas permitem ao médico ver o doente, sem risco de contágio.
© Jorge Amaral/Arquivo Global Imagens
Ao som acrescentam a imagem. Os hospitais portugueses começam a apostar em videochamadas para monitorizar os doentes com covid-19 que estão a ser tratados em casa. A experiência começou em Ovar, por altura do cerco sanitário, chegou à Póvoa do Varzim, nesta semana, e para a próxima deverá ser implementada na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, disse o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Luís Goes Pinheiro, ao DN. Mas o objetivo é que se estenda ao resto do país. A grande vantagem é a redução da probabilidade de contágio do novo coronavírus, que também se aplica a quem não foi infetado e que, através deste método, impede o aumento das listas de espera.
No caso dos doentes com covid-19, trata-se de uma atualização da plataforma
Tracecovid - criada durante o surto para monitorizar os infetados (22 353,
segundo dados da Direção-Geral da Saúde desta quinta-feira, que dão ainda conta de 820 mortes) e os contactos em vigilância (mais de 30 mil pessoas). Até aqui os médicos de família ou os especialistas nos hospitais faziam o contacto apenas pelo telefone. Agora, poderão ver os pacientes, aceder ao processo clínico de cada um e prescrever exames. Passa também a ser possível que os doentes entrem em contacto com os clínicos sem marcação prévia.
Desde que foi disponibilizada (a 26 de março), a Tracecovid já permitiu mais de meio milhão de contactos entre os utentes e os profissionais de saúde. "Nós já tínhamos lançado as teleconsultas em que os promotores desta consulta eram os médicos de família e os médicos especialistas, mas um utente - que acede à área reservada do Portal do Serviço Nacional de Saúde para contactar um médico por videoconferência - é inovador", explica Luís Goes Pinheiro,, presidente do conselho de administração dos SPMS, que assumiu a direção deste organismo no início de março, quando se registaram os primeiros casos de covid-19 em Portugal. Num "contexto único", diz, mas também motivador porque "tudo o que fazemos aqui pode fazer a diferença".
A primeira videoconsulta no âmbito desta experiência aconteceu no Hospital Dr. Francisco Zagalo, em Ovar, precisamente quando o concelho se encontrava em estado de calamidade pública (de 17 de março a 18 de abril) e com um cerco sanitário que restringia entradas e saídas ao indispensável para evitar a propagação do vírus SARS-CoV-2. "Foi simbólica a escolha", refere Luís Goes Pinheiro,. Seguiu-se o Centro Hospitalar Póvoa de Varzim-Vila do Conde, onde o projeto foi implementado nesta quarta-feira.