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segunda-feira, 1 de junho de 2020

O Grilo do Sr. Prior

ALMANAQUE DA MEDIOCRIDADE

São os mídia que criam quer a ideia de guru, quer os gurus, a partir deste pressuposto de ignorância básica, se os elegermos como tal, fá-los-emos aceitar como tal. E não é que funciona?!...

Às vezes, este delírio chega ao ponto de ser um elemento ou personagem dos mídia a autopromover-se a gurufenómeno recorrente num certo canal de TV e que a mim, particularmente, me causa/causava/causou um danado e enrodrigado crespo.

Retomando a ideia dos diálogo improváveis - julgo que desse mesmo canal - deste vez é o DN (https://www.dn.pt/edicao-do-dia/23-mai-2020/marcal-grilo-e-nuno-crato-nao-ha-nada-que-substitua-as-aulas-presenciais-12229670.html),

"Marçal Grilo e Nuno Crato: 'Não há nada que substitua as aulas presenciais'

O DN desafiou Eduardo Marçal Grilo, ministro da Educação no governo PS de António Guterres, e Nuno Crato, ministro no governo PSD de Passos Coelho, a encontrarem-se e a debaterem o futuro da Educação.
Ana Mafalda Inácio (Texto) Gerardo Santos (Fotos)23 Maio 2020 — 00:12

     É o ecrã gigante na parede ao fundo da sala do oitavo andar do espaço Iniciativa Educação, em Lisboa, que nos reúne à conversa durante quase duas horas. Nuno Crato (N.C.) recebe-nos no local onde hoje lidera aquele projeto e Marçal Grilo (E.M.G.) acompanha-nos à distância, por Zoom, de sua casa.


A pandemia assim o obriga, mas será este o futuro da educação? Acreditam que não. Ambos defendem que este novo coronavírus não veio para revolucionar o que foi uma das "mais extraordinárias invenções da humanidade": o ato educativo, presencial, a transmissão do conhecimento cara a cara, olhos nos olhos."

(o sublinhado é nosso)

         O bi-monólogo assistido destes dois gurus (que continua, ver a notícia no Link acima ou a transcrição abaixo) teve nesta, a mais retumbante e acurada resposta:

           "A necessidade de ensino presencial é tanto maior quanto menor for a literacia do aluno e quanto menos desenvolvido for o seu ambiente familiar e social e logo, a dificuldade em utilizar as ferramentas de autoaprendizagem. 
            O caminho deve, pois, ser proporcionar ao discente ferramentas e a maneira de as usar, para ele próprio se ir tornando independente a aprender. 
            Quanto melhor ele estiver adaptado às ferramentas de aprendizagem à distância, menos necessidade ele terá do apoio presencial do professor. 
            Os protagonistas do diálogo aqui reproduzido estão "viciados" nos antigos métodos e, nota-se, estão com dificuldades em acompanhar a evolução pedagógica.

(masi uma vez, os sublinhados são nossos).


        Pois é. É que num mundo agrário como ainda terá sido, porventura, o dos dois monologantes, idade era sabedoria. Mas num mundo vertical e horizontalmente tecnológico e digital como aquele que se vive nos últimos 50 anos, idade mais depressa será... obsolescência; e obsolescência [pensamento obsoleto] é o que está contido em abundância nesta conclusão, "... o que foi uma das "mais extraordinárias invenções da humanidade": o ato educativo, presencial, a transmissão do conhecimento cara a cara, olhos nos olhos."

Ou talvez não. Talvez a obsolescência do pensamento seja bem mais antiga. Por alguma razão Shakespeare colocou este desabafo na ''boca'' do criado do Rei Lear, "Pobre Lear, que chegou a velho antes de ser sábio"...

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