
Afinal, a CGD é (como) um organismo público porquê?...
PROCIDADE
O que infelizmente continua a acontecer em relação “àquela” administração, a exploração desta gincana política, deste fait divers, uma atuação incendiária para colher dividendos políticos míseros, um matar apenas para comer que desestabiliza dentro e fora da CGD e que a nós, os governados, nos angustia e nos revolta, demonstra uma completa falta de cuidado, para não dizer indiferença, diante da governação do país e dos problemas dos governados e é uma absoluta falta de respeito por quem contribui e pelo erário que tempestivamente lhes paga o que ali estão a auferir: Os deputados custam (nos) muito dinheiro e o mínimo que deles esperaríamos seria uma governação pela positiva e não aquilo a que se assiste: sustentados pelo dinheiro que todos pagamos, o que procuram diária e sistematicamente é assegurar as suas “vitórias de pirro” partidárias e, consequentemente, privadas ou particulares. É um espetáculo deplorável e sintomático do que vale esta geração de “políticos”, que nem “trás de casa” nem adquiriu consciência, maturidade e responsabilidade social, sentido de Estado e respeito pela (parca) Democracia Representativa.
Espera-se dos deputados da nação notório saber sobre as
matérias em que se envolvem e honestidade intelectual e empenho para promover as
medidas que se apresentem necessárias para que tenhamos uma legislação coerente
e adequada, por exemplo, e não entrar nesta corrida hipócrita e até
obscurantista, como se todos nós, os que meramente elegemos, fossemos um
rebanho de papalvos e ignorantes.
O quer deveria
definir um organismo público teria que ser o seu escopo e, consequentemente, a
sua natureza; não a sua estrutura
acionista. O Instituto de Segurança Social, as Administrações Regionais de
Saúde, a AT, o IMTT, as Direcções-Gerais, etc. são organismos públicos cujo
escopo é o desempenho e ou fornecimento das prestações que cabem ao Estado.
Ora ao atentar em tudo o que vem acontecendo com a tão
polemizada administração da CGD que lideraria António Domingues, tem-se a sensação de que
desde o legislador que ao tempo legislou como legislou e se conforma, passando
pelos deputados até aos demais políticos, se trata de um enorme exército de
ignorantes que não faz a mínima ideia do que é a matéria sobre a qual tanto fala,
tanto discute, tanto perora:
- Afinal,
a CGD é um organismo público porquê?...
1. A CGD não é a “Junta de Crédito Público” que
existiu até 1876;
2. A CGD é um Banco e exerce, em concorrência
com BPI, Santander Totta, BES/Banco Novo, MG-CEL e outros bancos, uma
atividade comercial;
3.A GCD não
presta qualquer tipo de serviço público, bem pelo contrário: mau
grado a sua carteira de clientes ser a que integra mais pessoas de baixos
rendimentos e baixos recursos (sem rebuço nem eufemismos, os mais pobres!), a CGD é o Banco que mais comissões, taxas e
sobretaxas aplica aos seus clientes (a que tem o mais volumoso “preçário”) e é o banco onde as comissões por
natureza, comparadas com a banca “privada”, são mais altas; como costumo dizer,
é um banco severissimamente coimativo
e a ser público o seu desiderato, não prescinde de um prefixo: é anti-público;
4. A CGD, enquanto Banco, está regulado e escrutinado
pelas bastantes “autoridades”, em paridade com os sues concorrentes,
5. o mesmo sucedendo com os seus
administradores;
4. Os trabalhadores da CGD não são funcionários públicos, são funcionários bancários, trabalhadores do
setor privado, com o mesmo estatuto dos demais trabalhadores do setor bancário e
abrigados pelos mesmos regime e subsistema de saúde;
Então, volto a colocar a pergunta: a CGD está
subordinada às regras de organismo
público, porquê?...
Porque a sua estrutura acionista é o Estado (isto é, o
dono é o Povo representado pelo Estado)?...
Acaso presta (como deveria) algum serviço público (necessariamente programático, programado e integrado) que a distinga dos bancos privados?...
é muita Ignorância, hipocrisia e demagogia pretender que isso - e apenas isso - (a propriedade),faz da CGD um organismo público ou um banco público.
Ou eu estou completamente
idiota, ou estão/são idiotas V/Excias, porque a circunstância do Estado deter uma parte ou o todo do capital de
qualquer empresa e ou entidade comercial, isto é, com escopo lucrativo, não teria porque fazer dessa entidade um
organismo público nem que submeter essa entidade às regras dos organismos
públicos/que prestam serviços públicos. Se
a única forma que o Estado encontra para escrutinar os seus interesses de acionista
numa entidade de escopo lucrativo é dar-lhe estatuto de empresa pública, o Estado (i.e., quem legisla, quem administra, etc.)
é inepto. E além de inepto, é hipócrita. E é hipócrita porque se conforma com
este estatuto híbrido da CGD: pública
num par de vertentes mas privada nas
demais. Ora isto não é sequer matéria ideológica, é matéria de gestão /
administração pura e simples e que deixa bem patente – também – a incompetência
técnica de boa parte de V/Excias.
Concluindo, dos
deputados eleitos para a assembleia legislativa, nós, os eleitores, não
esperamos (dispendiosos e pouco sérios) rally-papers
mas sim medidas, incluindo as legislativas, que despolitizem o que não é
político, a bem da seriedade, da transparência e da eficiência administrativas.
Projeto Cidade
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