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quarta-feira, 1 de maio de 2013

O Instituto do Desemprego

PROCIDADE


…se até as certidões de “teor negativo” de Finanças e ISS
são válidas pelo menos por seis meses!...

"Exmos, Sr Director do IEFP – Braga,

Srs Secretário de Estado e Sr Ministro da Tutela,

CARTA ABERTA
Exmos Senhores,
ao longo de um ano de inscrição, esta é a 3 ou 4ª vez que sou indagado neste sentido (na sequência da sua inscrição para emprego (…) nós não conseguimos, devolva o postal preenchido ou anularemos a sua inscrição). Trimestralmente, portanto, ou assim parece. Ora eu queria fazer notar a V/excias que me não falta nem literacia nem proactividade para dar o conhecimento respectivo e tempestivo ao IEFP consoante, a) deixe de estar disponível para emprego, b) deixe de querer manter a inscrição.

Efectivamente, em 1983 (e fica apenas este apontamento sobre o meu curricula), andaria o actual director do IEFP (e quiçá o Sr secretário de estado e até o Sr Ministro) na escola primária (1º ciclo) já eu dirigia serviços administrativos!!!

Fica assim o IEFP dispensado de gastar tempo e dinheiro com estes expedientes, podendo/devendo canalizar esses recursos para aquele que deveria ser o seu escopo: O EMPREGO.  

Embora seja legítimo presumir que o próprio IEFP, convertido cada vem mais no instituto do desemprego (e do policiamento aos desempregados), viva uma verdadeira crise identitária. De facto – e porque falei dos anos 80 - algo há-de de explicar porque é que esse organismo que naquele tempo (o tempo do “Dr. Pontes” e do Dir. António Vieira), acomodado a custo nas exíguas instalações da Rua 25 de Abril, fazia 10 vezes mais pelo emprego de que o que faz hoje.e hoje ocupa 10 vezes mais espaço e custa – pelo menos – 10 vezes mais de que naquele tempo, o que resulta neste quadro de (perda) de eficácia/eficiência: quando custava 10 produzia 100, quando passou a custar 100 produz 10. Quadro que serve também para ilustrar a eficácia do ISS/Seg Social entre quando estava nas instalações da Av. Da Liberdade e agora nas mega-instalações onde está agora.

Recomendando a todos, de passagem, a leitura de duas parábolas (ou metáforas) publicadas nos primeiros números da revista “DIRIGIR” (e se não foi nos 1ºs números da “Dirigir” foi nos da “Formar”) do saudoso e profícuo IEFP de outrora, respectivamente, “A carta de Wellington” (afinal, o que andamos aqui a fazer?) e “Quem dá de comer ao macaco” (quem tem que funções e que obrigações, para quê e para quem), entenda-se que se afinal esse organismo se converteu no organismo certificador do desemprego e para isso um centésimo do pessoal e dos custos basta: o desempregado pode fazer a sua inscrição on-line e depois é só fazer a manutenção das bases de dados.

Resulta num intolerável cinismo esta indagação trimestral, num deplorável lavar daí as mãos, numa reprovável declinação de responsabilidade, quando, ainda por cima, atingem os – esses - organismos a tal dimensão de “monstro” com que os apelidou em devido tempo o ex-ministro Miguel Cadilhe.

E de tal sorte que, lembrando as palavras do decano Mário Soares, se isto se passasse nos anos 70 ou 80 o IEFP do desemprego já teria sido objecto de uma ocupação por parte dos trabalhadores, isto é, do Povo Soberano.

Afinal – e insisto para que procurem os tais artigos, estão nos Vossos arquivos – O que andamos aqui a fazer, e quem tem de dar de comer ao macaco???"

Atentamente,
O “desempregado certificado”

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